Medo.
Do latim metus.
De acordo com o Dicionário Houaiss, medo é um substantivo masculino e significa:
- Um estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita (provoca) essa consciência.
- Temor, ansiedade irracional ou fundamentada; receio.
- Apreensão em relação a (algo desagradável).
No grego, o termo utilizado para referir-se ao medo é phobos, de onde deriva a palavra fobia.
Em maior ou menor grau, todos nós experimentamos o medo de alguma forma. Em seu grau extremo estão as fobias, temores irracionais para com objetos e/ou situações concretas.
O medo é uma reação involuntária e natural com a qual o ser humano convive ao longo da sua vida e não deve ser considerado um sinal de fraqueza ou covardia. Medo do fracasso, medo da rejeição. Medo de não sermos amados. Medo de não sermos suficientes, medo de perder o emprego. Medo de sermos cancelados em nossas redes sociais. Medo de adoecermos. Medo da morte. Quem nunca sentiu medo?
Do ponto de vista da Psicologia, o medo é um estado afetivo e emocional necessário para que nos adaptemos ao meio que nos cerca. Ele normalmente surge quando ocorre um estímulo que cause no indivíduo ansiedade, angústia e insegurança. Há, porém, determinadas situações em que o medo se origina a partir de uma ideia em relação a algo que seja desagradável ou por razões sem qualquer lógica.
Fato é que o medo faz parte de nosso processo de crescimento e amadurecimento e é um dos maiores obstáculos no momento de superar desafios na busca de crescimento pessoal ou profissional. Se permitirmos, ele nos manterá presos em nossa previsível área de conforto. Se não o enfrentarmos, restará uma vida baseada em retraimentos que podem boicotar profundamente nossas reais possibilidades. Não deixa de ser um paradoxo, pois quem vive com medo não está satisfeito com seu status quo, mas também tem receio de buscar algo melhor.
Mas, e há sempre um mas, podemos fazer com que nossos medos sirvam a propósitos mais elevados, ajudando-nos a romper barreiras e alcançar a vida que realmente desejamos. Podemos transformar nossos medos em ferramentas que nos auxiliem em nosso crescimento e desenvolvimento pessoal. Isto não é um processo fácil e por vezes pode não ser agradável, mas é possível usar o medo como inspiração.
Para parar de viver com medo, você deve compreender a psicologia subjacente para que possa trabalhar ativamente contra ela. Até certo ponto, o medo e a ansiedade têm um lugar na psicologia humana saudável. Como já dito anteriormente, o medo é uma emoção normal que sinaliza uma ameaça potencial à sua segurança física ou emocional. É uma resposta natural que ajudou nossos ancestrais a sobreviver, mas no mundo moderno essa resposta pode se tornar crônica ou hipersensível.
Com o medo crônico, você não está sentindo ansiedade – você está vivendo nela. A resposta ao medo torna-se um estilo de vida não adaptativo, influenciando tudo o que você pensa, sente e faz. Viver com medo o mantém preso em um ciclo de derrota e frustração que se autoperpetua.
Que tal assumir o controle e colocar seus medos no lugar em que eles realmente precisam estar para não atrapalhar tanto o seu processo de desenvolvimento?
Aqui vão algumas sugestões:
- Descubra a origem de sua ansiedade.
Se você está vivendo com medo, suas ansiedades aumentaram ao ponto de elas estarem comandado o espetáculo. Você não consegue se desligar de suas preocupações e provavelmente não dá atenção ao que está por trás delas. Você provavelmente está dando mais atenção ao efeito que à causa.
Comece de forma simples: Pegue um pedaço de papel e faça uma lista de ideias. Quando terminar, circule ou grife os itens que são preocupações tangíveis _ medo de perder o emprego, medo de adoecer, etc. Agora comece a dar um senso de controle a si mesmo escrevendo algumas ações que você pode fazer para evitar que essas coisas aconteçam.
A razão deste pequeno exercício não é dar a você uma desculpa para continuar vivendo com medo. É para ajudá-lo a exercer poder sobre esses medos para que eles não o controlem mais.
- Pare com as desculpas.
As desculpas são mecanismos de defesa que usamos para evitar enfrentar nossos problemas. É fácil colocar nossas esperanças, desejos e sonhos de lado quando temos desculpas: simplesmente não há tempo suficiente, não há dinheiro ou recursos, tenho uma família, estou muito ocupado… E começamos a nos esconder atrás dessas desculpas em vez de agirmos para seguir em frente. As desculpas são reconfortantes quando vivemos com medo. Mas as desculpas também nos trarão de volta exatamente onde começamos.
Da próxima vez que uma desculpa se formar em sua mente, tente pensar se você está onde realmente desejaria estar em sua vida. Ou será que mais uma vez você está se deixando levar pelo medo e escolhendo ficar “confortável” em vez de enfrentar um desafio? Ao se tornar mais ciente da tendência do seu cérebro em usar desculpas para não ser responsabilizado, melhor preparado você estará para rejeitá-las.
- Pense positivamente
Fácil de dizer, mas não tão fácil de fazer. Existe uma razão para isso: O medo não coexiste com pensamentos positivos. Muitas vezes as pessoas desistem do que desejam porque acreditam que alcançar seu objetivo está além de suas habilidades. Aceitar este quadro é aceitar viver com medo e se acomodar na vida. Não seria melhor se comprometer com aquilo que realmente se quer? As pessoas mais bem-sucedidas promovem uma mentalidade construtiva. Eles não pensam em suas habilidades como fixas, mas sim como flexíveis. E quando enfrentam um revés, eles trabalham mais. Eles adotam uma nova estratégia. Eles continuam buscando uma solução. Eles não desistem quando as coisas se tornam desafiadoras. Em vez disso, eles encontram novas maneiras de se adaptar e trabalhar mais para atingir seus objetivos.
Pense que não existe uma pessoa de sucesso no mundo que não tenha que superar grandes obstáculos. As experiências mais dolorosas podem ajudar a refinar o que você quer e o que não quer da vida. Fracasso, decepção, becos sem saída – tudo isso pode ser usado como um meio de refletir e dizer: “Isso não funcionou. Não era o ajuste certo. Onde posso melhorar? ” Lembre-se sempre que o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.
- Viva o presente.
Quando vivemos com medo, geralmente também vivemos no passado ou no futuro. Deixamos que nossos erros passados nos assombrem e afetem nossas decisões futuras. Vivemos com tanto medo do que pode acontecer que nos esquecemos de aproveitar o que está acontecendo. O passado não é igual ao futuro, a menos que você viva lá.
- Errar é humano.
Depois de todo esse trabalho, você ainda precisa aceitar uma verdade: você irá falhar. É apenas parte do processo. Qualquer pessoa de sucesso dirá isso a você. A falha permite compreender e corrigir formas erradas ou inadequadas de abordar um problema. Usar essas experiências como informações únicas e ajustar a estratégia e a abordagem da próxima vez, trará uma vantagem que ninguém mais tem.
Com a mentalidade certa, você pode mudar sua história, afinal de contas, é você quem tem seus medos, não seus medos que têm você.